Anúncios como esses estão sempre povoando as comunidades de Educação Infantil no orkut e quando eles aparecerem nos fóruns há sempre centenas, para não dizer milhares, de interessados.
Fico me perguntando: Será que estamos tão perdidos no que fazer com as crianças pequenas, que necessitamos tão urgentemente de uma série de atividades prontas para reproduzir com as crianças?
Essa pergunta me remete a um texto belíssimo de Luciana Ostetto chamado “Planejamento na Educação Infantil: mais do que a atividade, a criança em foco” (Livro: Encontros e Encantamentos na Educação Infantil).
No texto, a autora aponta a necessidade do planejamento enquanto uma atitude crítica do educador que deve constantemente repensar, revisar e buscar novos significados para sua prática. Discute também como o planejamento é revelador da nossa concepção de mundo, de criança e de educação e que mais importante do que a forma como ele é registrado são os princípios que sustentam as propostas (atividades) por nós escolhidas a serem desenvolvidas com as crianças.
Ou seja, planejar sempre envolve escolhas, princípios e crenças; envolve pensar profundamente sobre eles e perceber as coerências e incoerências naquilo que ofertamos aos pequenos.
Além disso, planejar envolve também uma atitude permanente de escuta das palavras, dos gestos, dos silêncios, dos movimentos das recusas das crianças. Pois é essa escuta profunda que vai nos dizer qual é a melhor proposta para as crianças e não a atividade que alguém um dia elaborou, sem nunca tê-las visto ou ouvido. Afinal: por que e para quem elaboramos (ou reproduzimos) uma atividade?
Cara Janaína,
ResponderExcluirSuas postagens no Blog nos levam a repensar de forma profunda a prática docente não só na educação infantil, mas em todas as etapas do ensino.
Grande Abraço.
Elias
Querida Jana,
ResponderExcluirTenho participado de várias listas de e-mails de Educação Infantil.
A cada vez em que alguém manda atividades para uma das listas, faço questão de questionar a utilidade pedagógica daquilo. Nunca obtenho qualquer resposta... E as atividades continuam se espalhando pelas listas!
Pobres crianças!
Que professores de Educação Infantil estamos formando! Creio que precisamos nos unir mais em torno dos interesses da infância, na busca de uma Educação afinada com os interesses e necessidades dos educandos.
Ainda bem que já começamos a respirar ares de esperança com iniciativas como a deste blogue, que nos ajuda a refletir de maneira crítica a Educação Infantil!
Abraceijos pra você e pra todos,
Flávio Boleiz
Janaína, você me pegou... Nem parece que fui sua aluna rsrsrs. Vim, pensando em guardar a apostila nos meus arquivos. Mas não me esqueci, não, de seus sábios ensinamentos, flor. E continuo refletindo, sempre. Vou começar o estágio na Ed. Infantil e o que nos ensinou vai ser muito útil. Sucesso e abraço fraterno.
ResponderExcluirDébora Parentoni
Olá, Janaína, como faço pra obter as apostilas?
ResponderExcluirGostei do vc disse e do depoimento da mamãe qd fala das alegrias do filhinho. Vou começar agora a trabalhar com os pequenininhos, e os questionamentos, as reflexões sugeridas me ajudaram muito, pois penso muito nesta questão de ficar "enchendo" o tempo todo com "o faça, faça aquilo"..tenho certeza que podemos ensina, estimular, partilhar, trazer vontade às crianças de estarem na escola. eu acredito no banho de esguicho...que delícia!!
bjs,
Lenir.
ah! lembrando..o pedido de apostilas, é uma galhofa..rs.
ResponderExcluirbjss
Oi JANA
ResponderExcluirÉ isso mesmo, as(os) educadoras(res) não se dão conta que quando apenas reproduzem o que outrem preparou está(ão) se tornando reféns de uma política de adestramento, o que tanto debatemos e lutamos anos a fio para nos tornarmos autores e protagonistas de nossas próprias práticas.Agora que as leis nos dão essa autonomia "chove" apostilas prontas pra todo lado desconsiderando as crianças concretas e seus diferentes contextos.E pior, os educadores não se dão conta que isto também coloca em xeque suas capacidades criadoras e autorais.
Maria Helena
Cara Janaína,
ResponderExcluirA primeira vez que pisei em uma creche como pedagoga me perguntaram: “Onde está a sua pasta de modelos? Eu respondi, eu não tenho modelos, nós vamos construir junto com as crianças. Daquele dia até hoje – vinte anos depois! – a questão ainda é a mesma. A apostila de atividades prontas, os modelos, manuais, funcionam assim como um objeto de transição do professor – o seu cheirinho ou a sua chupeta! É o que dá segurança e o ajuda a suportar a sua solidão perante a tarefa de educar uma criança. Mas, assim como a chupeta, ao invés de se arrancá-la de maneira abrupta, há que se perguntar: Porque essa necessidade de ser conduzido? Porque essa dificuldade de organizar e valorizar seus próprios saberes e compartilhá-los com a criança? O que eu lamento é que sem essa análise crítica sobre como os professores de educação infantil constroem seus planejamentos, muitas vezes, até mesmo propostas inovadoras e consistentes também são aplicadas de forma mecânica e se tornam mais uma “apostila de atividades”, pois na verdade esse é um problema em que está em jogo não só a forma e o conteúdo, mas também concepções sobre saber e poder, em que, de maneira complementar e oportuna uns pensam e outros executam! Abraços,
Olá Professora...
ResponderExcluirComo sempre seus textos são ótimos...
Na escola que trabalho o meu grande questionamento desde eu era auxiliar era o uso das apostilas de um certo sistema de ensino e o questionamento continua até hoje. Tenho uma apostila por mês para desenvolver crianças de 3 anos antes das apostilas chegarem eu estava montando as aulas e consultando o RCNEI, mas enfim esta sendo super dificil p mim. Pq não concordo com esse uso excessivo de apostila. Espero que um eu dia consiga desenvolver nessa escola as mesmas atividades que presenciei no meu estágio na educação infantil na rede municipal......
beijo
Ola minha eterna professora!!!
ResponderExcluirParabéns pelo blog sempre que posso dou uma estudada para me capacitar, fiz Pedagogia para poder
me capacitar... Muitos professores fazem pedagogia pelo diploma e facilidade para trabalhar em escolas, ou até motivados pelo salário oferecido por concursos...
isso é terrível, porque não são professores...
se tornam apenas COPISTAS de apostilas didáticas...
Ruben Alves, Paulo Freire e tantos outros mestres,
escreveram alertando sobre a essência/alma que o profissional de Educação deveria ter...
Porem o que mas falta em nossa sociedade são os Professores “Sal” que tempera a educação, trazendo sabor...
Ricardo FAMEC
Olá Janaina, sou Marcos Paulo de João Pinheiro e gostaria de saber se vc não tem apostilas de pedagogia para estudo, estou precisando de material didático. ivairvazante@yahoo.com.br
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