Olá Pessoal!
Vejam abaixo a reportagem que encontrei no site do Yahoo.
Tenho ficado muito preocupada com a utilização de apostilas na Educação Infantil. Afinal não estamos falando de crianças criativas e produtoras de cultura? Que a nossa função é ampliar o mundo delas, proporcionando diferentes possibilidades de experimentações?
As apostilas restingem essas possibilidades e consideram as crianças como seres abstratos. Consideram que qualquer proposta pode servir para qualquer criança, em qualquer lugar, independente de suas necessidades, desafios e buscas. Desconsideram que as descobertas infantis envolvem todo o corpo, todos os sentidos. Desconsideram a competência das professoras e professores em buscar caminhos para uma Pedagogia da infância juntamente COM suas crianças.
Afinal, a serviço de quem estamos: das crianças ou dos lobbies das editoras?
Abraços!
Uso de apostilas cresce em escolas do ensino infantil
Fonte de polêmica no ensino fundamental e médio, o uso de apostilas elaboradas por sistemas de ensino privados cresce também no ensino infantil, etapa voltada para crianças entre 4 e 5 anos. Pesquisa feita pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostra que, de 2008 para 2009, o número de municípios do Estado que adotam o modelo subiu de 24 para 32. Há dez anos, só 4 cidades tinham apostilas para essa faixa etária.A pesquisadora Theresa Adrião, autora do estudo e professora da Faculdade de Educação da Unicamp, afirma que o grupo de municípios que aderiu aos sistemas apostilados na pré-escola concentra cidades com até 200 mil habitantes.
"Está havendo um crescimento da adoção deste tipo de material para a educação infantil. As escolas privadas já usavam há alguns anos, mas as redes públicas começaram a entrar agora", afirma Theresa Adrião. "No ensino apostilado, as aulas são padronizadas, assim como os temas e as atividades pedagógicas", diz.
Um dos temores dos educadores é que, justamente na fase em que a criança precisa de estímulos diversos, com brincadeiras e atividades lúdicas, as aulas fiquem limitadas às atividades propostas nos cadernos, o que restringiria a criatividade e a experimentação dos pequenos. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Isso tem me preocupado há cerca de 2 anos. Aqui no interior de SP o uso de apostilas já é prática "corriqueira". Pensei que talvez devêssemos fazer "girar" documentos que criticasse a fragmentação dos conteúdos contidos nesses materiais, que vão contra as discussões atuais sobre currículo na educação infantil.
ResponderExcluirTatiana
Parabens Janaina pela divulgação sobre este polêmico tema! Eu sou um dos que faz coro contra este absurdo na educação: o uso de apostilas no ensino formal (não só o infantil) da forma como é feita (conteudista, limitadora, superficial, ferramenta apenas para controles de prazos, conteúdos, pessoas - alunos e professores) por parte das escolas. Tanto assim que em meu Mestrado sobre Educomunicação, as apostilas (do Positivo) foram objeto de minhas críticas....
ResponderExcluirClaudemir Viana (cviana@uol.com.br)
Bom dia, tua dissertação está disponível on line? Onde posso encontrar?
ExcluirO sistema Positivo quer propagandear seu apostilamento para a educação infantil no município que trabalho.. seria muito interessante eu poder ver sua pesquisa.
Fico no aguardo..
Olá, segue o link para o texto da Theresa Adrião citado na entrevista do Estadão. Espero que ajude nesse debate no município em que trabalha: http://www.scielo.br/pdf/es/v30n108/a0930108.pdf
ExcluirSe precisar de mais referências, me avise, ok? Abraço!
Janaina, parabéns pelo texto ,me preocupa muito o avanço dessas apostilas, especialmente para Educação Infantil. No meu trabalho junto as professoras de Educação Inafntil tenho combatido muito essa prática.
ResponderExcluirMagnólia Moura
magnolia_moura@hotmail.com
O que me preocupa é uma visão unilateral das apostilas na Educação Infantil. Na minha opinião, a preocupação não deve se pautar na adoção de um sistema apostilado, mas "como" o professor trabalhará com as atividades dessa apostila. Dependendo das atividades propostas na apostila, a criança não terá a sua criatividade tolhida mas, ao contrário disso, estimulada e direcionada. Quem é que disse que dentro de um sistema apostilado não se trabalha o movimento, as brincadeiras, a arte plástica, a matemática, a oralidade e os diversos registros necessários? O que me preocupa é o "laissez faire" (deixe fazer) de alguns professores, onde se acredita que o "desenho livre" de tudo que acontece ao redor das crianças é o suficiente para a sua progressão. O me preocupa é a falta de subsídios necessários para avaliar a prática e o desenvolvimento dos alunos,tão necessários na Educação Infantil. O que me preocupa é a brincadeira pela brincadeira... o parque como forma de descanso e os textos como pretextos para ensinar. Isso não é uma crítica para todos os professores, mesmo porque, para qualquer situação, sempre haverá os dois lados. Aceito críticas, desde que todas as apostilas não sejam taxadas como únicas. Se a Educação Infantil, nessa abordagem que vocês mencionaram, fosse tão eficiente, poderiam me responder uma única pergunta: por que 50% das crianças que ingressam na 1º série do Ensino Fundamental em escolas públicas chegam sem as mínimas condições necessárias para a alfabetização? Talvez pela falta de atividades bem elaboradas ou, talvez, pela falta de registros contextualizados sobre as brincadeiras, as músicas e as várias linguagens trabalhadas de forma, ainda limitada, nessa fase. A falta de direcionamento pedagógico que é sim, ao meu ver, um absurdo. O resto... é julgar outras abordagens desconhecendo seus objetivos, seus conteúdos e suas propostas de trabalho. Sugiro a todos que são totalmente contra o sistema apostilado que efetuem um piloto entre duas salas: uma com a proposta do sistema apostilado (de qualidade) e a outra sala sem. Ao final do ano, avaliem os resultados. Eu mesma trabalhei nessa pesquisa, trabalhei em campo com os dois sistemas e me surpreendi com os resultados obtidos.
ResponderExcluirGilmara Giavarina
gil.giavarina@yahoo.com.br
Concordo com você.
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