segunda-feira, 24 de setembro de 2012

28. Simpósio Mundial da OMEP - O brincar dentro das políticas publicas - Vital Didonet


Infância e brincar
 O autor afirma que há dois esquemas conceituais para entender o brincar:
1 - Vida em desenvolvimento em vista de um fim. Criança já é capaz de capaz de, ou ainda não aprendeu tal coisa. Esquema que entende a vida como processo de desenvolvimento para um fim. Nessa perspectiva brincar é meio, instrumento de aprendizagem.
2 - Vida é totalidade, etapas não são para preparar para o futuro, cada etapa tende a sua plenitude, etapa tem valor em si mesmo. O brincar tem valor em si mesmo, não é meio.
Se a criança não puder brincar, ela não esta vivendo a infância - infância roubada. Acontece pela pobreza, tarefas escolares, concepção de adultos.

Peter Brughel - quadro jogos infantis.  O brincar era parte na relação das crianças, com os adultos – todos brincando. 
 Relações de encontro, descobertas, conhecimentos não porque serão adultos, mas porque isso é vida.

3 âmbitos do brincar
1- No âmbito doméstico: brincar com os dedos, em observar os pés, piscar, olhares, movimentos, objetos, olhares, vozes, cheiros. Brincar no espaço domestico tem relações de cunho afetivo que constrói significados. Problemas e desafios hoje: tempo dos adultos com as crianças. Quais as políticas públicas voltados para o brincar no espaço domestico? É espaço da família, mas a família esta perdida e recebendo orientações para a escolarização precoce em relação as crianças.
2- Social - cidade esqueceu das crianças, suprimiu os parcos espaços para construção de edifícios. Lugares de encontro sociais foram suprimidos. Necessidade de políticas publicas que invistam nesses espaços. A cidade brinca com a criança?
3- Institucional. Estabelecimentos de educação infantil. Brincar e ser criança: brincar e aprender. Desafios: "cumprimento de conteúdos instrucionais". Brincar modo próprio da infância, modo de se relacionar e aprender,

Requisitos do brincar:
- ser tratado com seriedade: brincar é coisa seria.( importante para criança, como quando estamos escrevendo)
- ser vivido com paixão, arrebatamento, envolvimento total da pessoa
- ter espaço e tempo para brincar. Não da para brincar sob pressão, tensionados
-ter brinquedos e coisas que viram brinquedos.
-não ser usado como "meio" com fim utilitário
-Ter fim em si mesmo: ele é! (vida, descoberta)
-ser um agir criativo em um espaço de possibilidades.

Formação de educadores capazes de brincar e de valorizar o brincar na Educação Infantil:
Que espaço (quanto tempo) o brincar ocupa no currículo do curso de pedagogia?
Como o brincar entra na formação: como estudo teórico, analise de sua cientificidade, pesquisas sobre jogar? Como experiência, como um verdadeiro, brincar?

Brincar na formação inicial precisa ser vivido, não é somente um estudo teórico, precisa ser vivido, ser tratado como uma descoberta. Brincar no curso de pedagogia precisa ser vivido como experiência do brincar.

Não basta brincar ou ter brincado quando criança: a formação lúdica do educador requer um pungente e dedicado trabalho de elaboração mental e apropriação da experiência, em que, mais do que saber jogos, é preciso saber jogar, sentir prazer no jogo -  Tania Ramos Fortuna.

Brincar tem que estar no foco dos neurocientistas, dos economistas que falam do retorno que a Educação Infantil traz para a economia. Fujamos das aprendizagens formais de conteúdos que levam a uma vida produtiva, trazidas pelo neoliberalismo!

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