Infância e
brincar
O autor
afirma que há dois esquemas conceituais para entender o brincar:
1 - Vida em desenvolvimento em vista de um fim. Criança
já é capaz de capaz de, ou ainda não aprendeu tal coisa. Esquema que entende a vida
como processo de desenvolvimento para um fim. Nessa perspectiva brincar é meio,
instrumento de aprendizagem.
2 - Vida é totalidade, etapas não são para preparar para
o futuro, cada etapa tende a sua plenitude, etapa tem valor em si mesmo. O brincar
tem valor em si mesmo, não é meio.
Se a criança não puder brincar, ela não
esta vivendo a infância - infância roubada. Acontece pela pobreza, tarefas
escolares, concepção de adultos.
Peter Brughel - quadro jogos infantis. O brincar era parte na relação das crianças,
com os adultos – todos brincando.
Relações de
encontro, descobertas, conhecimentos não porque serão adultos, mas porque isso é
vida.
3 âmbitos do
brincar
1- No âmbito doméstico: brincar com os dedos, em
observar os pés, piscar, olhares, movimentos, objetos, olhares, vozes, cheiros.
Brincar no espaço domestico tem relações de cunho afetivo que constrói
significados. Problemas e desafios hoje: tempo dos adultos com as crianças.
Quais as políticas públicas voltados para o brincar no espaço domestico? É espaço
da família, mas a família esta perdida e recebendo orientações para a escolarização
precoce em relação as crianças.
2- Social - cidade esqueceu das crianças, suprimiu os
parcos espaços para construção de edifícios. Lugares de encontro sociais foram suprimidos.
Necessidade de políticas publicas que invistam nesses espaços. A cidade brinca
com a criança?
3- Institucional. Estabelecimentos de educação infantil.
Brincar e ser criança: brincar e aprender. Desafios: "cumprimento de conteúdos
instrucionais". Brincar modo próprio da infância, modo de se relacionar e
aprender,
Requisitos do
brincar:
- ser tratado com seriedade: brincar é coisa seria.( importante
para criança, como quando estamos escrevendo)
- ser vivido com paixão, arrebatamento, envolvimento
total da pessoa
- ter espaço e tempo para brincar. Não da para brincar
sob pressão, tensionados
-ter brinquedos e coisas que viram brinquedos.
-não ser usado como "meio" com fim utilitário
-Ter fim em si mesmo: ele é! (vida, descoberta)
-ser um agir criativo em um espaço de possibilidades.
Formação de
educadores capazes de brincar e de valorizar o brincar na Educação Infantil:
Que espaço (quanto tempo) o brincar ocupa no currículo
do curso de pedagogia?
Como o brincar entra na formação: como estudo teórico,
analise de sua cientificidade, pesquisas sobre jogar? Como experiência, como um
verdadeiro, brincar?
Brincar na formação inicial precisa ser vivido, não é
somente um estudo teórico, precisa ser vivido, ser tratado como uma descoberta.
Brincar no curso de pedagogia precisa ser vivido como experiência do brincar.
Não basta brincar ou ter brincado quando criança: a formação
lúdica do educador requer um pungente e dedicado trabalho de elaboração mental
e apropriação da experiência, em que, mais do que saber jogos, é preciso saber
jogar, sentir prazer no jogo - Tania Ramos Fortuna.
Brincar tem que estar no foco dos neurocientistas, dos
economistas que falam do retorno que a Educação Infantil traz para a economia. Fujamos
das aprendizagens formais de conteúdos que levam a uma vida produtiva, trazidas
pelo neoliberalismo!
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