terça-feira, 30 de abril de 2013

"Tia, você dá tanta atividade! É pra gente ficar mais esperto ou pra ficar quieto?"

Olá a todas e todos!
Segue uma reflexão da Elvira Souza Lima a partir das falas das crianças e de como elas percebem as atividades que oferecemos à elas.



Na turma de 5 anos: "Tia, você dá tanta atividade! É pra gente ficar mais esperto ou pra ficar quieto?"

Na turma de 7 anos, aluno com 10 que até então não havia se apropriado da escrita e da matemática, caso de indisciplina crônica, digamos assim: " Tia, já sei porquê você dá este caderno azul, é que pra fazer não posso bagunçar, tem que pensar" (caderno azul é o Meu Caderno de Estudos que usamos em nosso projeto Escrita para Todos).
Mexendo nos meu diários de campo de pesquisa etnográfica me deparo com falas das crianças. Elas nos fazem refletir sobre o conceito de atividade. Atividade não é o contrário de estático, quando se trata de desenvolvimento humano. Muitas atividades resumem-se a colocar a pessoa em movimento, que podem ser inócuas no sentido de ampliar a experiência da pessoa. Atividades precisam ser experiências, de descoberta, de observação, de engajamento do sistema emocional. Ou seja, devem ser motivadoras. Atividades adequadas são aquelas que levam ao pensamento e à imaginação. Podem ser atividades que despertem humor e prazer. No currículo escolar ou na vida em família, a criança precisa ter oportunidades diárias de realizar atividades que ampliem sua experiência humana. Vivemos em um período histórico em que é crucial a reflexão dos adultos para decidir quais atividades proporcionar às crianças para garantir que elas realizem o que é essencial às várias idades da infância. Que não sejam atividades que até as próprias crianças suspeitem que são "para ficar quieto."




Abraço!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá! Comente aqui sua opinião!