Olá pessoal,
Recentemente estive no Encontro do Fórum Gaúcho de Educação Infantil onde pude ouvir uma série de falas sobre temas importantes da área.
Uma delas foi a palestra da Profa. Maria da Graça Horn - assessora da Coordenadoria de Educação Infantil do Ministério da Educação - que refletiu sobre a organização dos espaços nas instituições educativas.
Maria da Graça Horn apontou as conquistas dos novos espaços de
infraestrutura para a Educação Infantil no Brasil, mas atentou que aliado a isso é preciso repensar a maneira como esse nível educativo vem se constituindo no país.
a) Educação Infantil como um lugar parecido com o da casa.
b) Identidade do ensino fundamental: para ser escola precisa ter
mesa, muitas cadeiras, armários, escolarização equivocada e precoce
c) Identidade do hospital; prioridade para o cuidar, articulada a
mortalidade infantil. Busca de identidade na concepção higienista. Cuidado não
atrelado a educação.
A busca por identidade própria da Educação Infantil começa a se delinear no bojo do
ordenamento legal que se instala a partir de 1988 com a Constituição, ECA, LOAS
e LDB. Nesses documentos, a Educação Infantil tem como características: atendimento de 0 a 6 anos, primeira etapa da educação básica, educação
de crianças em espaços coletivos, direito social da criança, espaço não
domestico, educar cuidando, profissionais com formação especifica.
Horn destacou em sua fala o programa Proinfância, um programa de assistência
financeira ao Distrito Federal e aos municípios para a construção, reforma e aquisição
de equipamentos e manutenção. Mas ressaltou que para além da construção, há também uma preocupação em subsidiar os gestores municipais
para qualificar o uso dos espaços. Dessa preocupação surgiu o documento: "Parâmetros Básicos de infraestrutura para Instituições de Educação Infantil" e o "Encarte 1". Ambos oferecem sugestões de organização de espaços na instituição educativas com várias recomendações para o melhor atendimento da criança pequena.
O diagnóstico realizado no âmbito do Ministétro da Educação sobre o uso dos espaços nas instituições é preocupante: "A concepção das ações pedagógicas dos educadores, o
modo de arranjar o espaço físico e o livre acesso das crianças aos brinquedos é
a do não protagonismo das crianças, não entendimento de que elas aprendem em e
nas interações com seus pares e com o espaço em que estão inseridas". Percebeu-se também que mesmo em prédio grandiosos com aspectos que se considerava importante para as
crianças se realizava uma prática empobrecida.
A pesquisadora apontou ainda a necessidade de unir mentes da pedagogia e mentes da arquitetura
a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais cujos eixos estruturantes são o brincar e as interações. O que é prioritário quando se pensa em brincadeira e interação? Não
são espaços repletos de mesas e cadeiras, que remetem a criança a ficarem
sentadas por longas jornadas, que confinem os bebês em espaços restritos. A
organização do espaço não é simples cenário. O espaço não está dado, não está pronto,
é um dos eixos estruturantes do currículo. Para se pensar em espaços adequados
para criança é preciso pensar que concepção de criança temos, concepção de
aprendizagem e que tipo de criança que queremos formar: é a criança que está a
nossa disposição o tempo todo, ou uma criança ativa, critica?
Precisamos adentrar nos espaços, mas com um olhar atento aos
fazeres das crianças, suas necessidades e relações que se estabelecem nesse espaço.
Olhar o pedagogo e arquiteto precisam convergir para essa criança.
Aproveitando essa reflexão, indico a publicação sobre espaço do curso "Proinfantil" do MEC que tem várias dicas para organização dos espaços, mobiliários e materiais.
Grande abraço!
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